domingo, 28 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #6

 Cá estou eu a escrever na véspera de voar para casa.
 Tive um último fim-de-semana em grande, começando logo por 6ª feira à noite em que fui a um Pub e depois jantar com quase todos os veterinários do hospital (calhou o meu último dia ser num dia de jantar da empresa) ficando a conhecer um lado ainda mais humano deles e ouvir muitas cusquices. Sábado foi mais um dia a passear por Londres e comprar souvenirs à balda e hoje passei a manhã em Greenwich e fui à tarde ver como era o "Notting Hill's Carnival".
 Sinto que ficaram ainda algumas coisas para ver e rever, mas no geral estou mais que feliz tanto pela aprendizagem no hospital, como por ter conseguido aventurar-me e orientar-me sozinha para conhecer um pouco mais este país.
  Estar distante do que me é familiar também me fez ver o quanto eu subestimo e desvalorizo o que está perto de mim. Senti saudades das minhas pessoas, mas também da boa disposição portuguesa em geral. Gostei de percorrer as ruas de Londres, mas fiquei a pensar que devia também organizar-me para explorar melhor a minha Lisboa. Vi o mar e o rio de perto, mas por mais bonitos que sejam bem sabemos que o bom é banharmo-nos neles. E a comida... nem vou falar da comida.
 De uma coisa tenho a certeza: a pessoa que tirou os pés do solo português dia 7 não é a mesma que aterrará amanhã. Foi a experiência de uma vida.

Hyde Park


Tenham uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #5

Amanhã é o último dia.
Acho que ainda não me mentalizei como deve ser, mas a verdade é que amanhã acaba o meu estágio aqui no hospital veterinário em Inglaterra.
 Vou levar um bolo de chocolate (numa forma em forma de coração da senhoria) e despedir-me desta equipa maravilhosa que me acolheu muito bem.
 É muito chato quando finalmente nos estamos a sentir como um peixe na água num sítio, em que sabemos onde estão as coisas, já não há vergonha em pedir a quem quer que seja se posso observar a consulta, procedimento ou cirurgia e onde já tinha implementado a mim própria uma certa rotina e saber que o final dessa familiaridade está próximo.
 Hoje tive a oportunidade de fazer praticamente todo o tratamento a doença periodontal a um cão (supervisionada, claro). Trocando por miúdos: estive a remover o tártaro, polir os dentes e extrair alguns que já estavam meio soltos. Ter esse depósito de confiança e sentir as minhas mãos a ganharem o jeito aos instrumentos e movimentos foi uma sensação fantástica. Ter depois elementos da equipa a congratularem-me e elogiarem o trabalho foi mesmo a cereja no topo do bolo.
 Amanhã talvez tenha planos com alguns vets, mas terei que saber mais detalhes durante o meu turno!
 Parece que só se passaram 3 dias e não semanas...


Tenham um óptimo fim-de-semana!

Com amor,
A Marquesa


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #4

Sim, foi mesmo desta que consegui aproveitar o fim-de-semana a 100%! 
Esta menina aqui conseguiu andar no Sábado desde as 9h até às 15.30h, parando apenas 3 vezes não mais que 10 minutos. Bem, na verdade também não andei a passo rápido. Por um lado, queria absorver tudo o que estava ao meu redor e fotografar os monumentos e paisagens bonitas, mas por outro fiz todo o dia snaps de momentos que queria partilhar com a minha família e amigos.
 Acho que grande parte da felicidade e paz interior que encontrei ao viajar sozinha, se deve a saber que a umas centenas de quilómetros estão pessoas que me amam, têm saudades minhas e se preocupam comigo. Por muito boa que seja a liberdade e independência, é um pensamento que me aconchega o coração.
 Sobre o que visitei em Londres, gostaria de guardar essa informação para depois fazer uma espécie de guia e partilhar a minha experiência. Até porque ainda me falta riscar meia-dúzia de lugares da minha lista "a visitar", que espero concluir no próximo fim-de-semana.
 No Domingo, fui visitar Brighton. É um dos pontos mais a Sul de Inglaterra, com praia e tudo, mas poucos são os que se atrevem a mergulhar naquelas águas. Foi uma visita bem mais curta que Londres (cerca de 3h), mas tinha ficado com uma dor chata no joelho do dia anterior e não me atrevi a explorar muito mais. De qualquer maneira, esta cidade considerada a capital LGBT do UK também terá direito a uma publicação.
 Só sei que tudo isto está a passar muito rápido, dentro de uma semana já estarei a meter-me num avião que me levará de volta a casa. Não consigo deixar de sentir uma gratidão imensa por tudo o que sou e tenho.


Desejo-vos uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #3

Quando escrevi o último post o ponto de situação era este: 6ª feira à tarde e com uma valente gripe; planos para passear no fim de semana estragados.
 Nessa mesma noite, uma prima minha que vive nos EUA e ia a Portugal veio falar comigo no Messenger. O avião dela estava atrasado e já não conseguiria fazer o voo de ligação a tempo, portanto mudaram-na para um voo que faria a ligação em Londres. A pobre coitada teria que passar 8h no aeroporto de Heathrow e combinámos logo aproveitar para matar saudades.
 Valeu a pena ir porque ainda consegui passar 4h com uma pessoa que adoro, mesmo estando adoentada. Quando nos despedimos, ainda não me sentia a 100% mas queria aproveitar o facto de estar no centro de Londres. Em vez de usar o metro que é bem mais rápido, fiz a viagem até à estação onde apanho o comboio aqui para os subúrbios de autocarro no 2º andar. Passei por vários locais bem turísticos de Londres como o Marble Arch, Oxford Street, Picadilly Circus e Trafalgar Square e a minha vontade de percorrer a cidade aumentou exponencialmente. É engraçado como ainda me recordo de momentos da minha viagem para aqui há 10 anos atrás ao passar pelos locais onde aconteceram.
 No Domingo recuperei forças e mudei de quarto, para um sítio da casa bem mais sossegado e com uma casa-de-banho só para mim (para quem tem uma bexiga de pardal isto é um sonho!).
 Por outro lado, tenho estado a sentir-me cada vez mais à vontade no Hospital. Como tenho estado com médicos diferentes, já conheço quase toda a gente. Sinto que, mesmo as enfermeiras, já se sentem mais à vontade para me pedirem ajuda ou para me deixarem fazer alguns procedimentos. A única coisa menos boa é quando não tenho mesmo nada que fazer, sinto-me quase um "empecilho".
 Hoje, para variar o trajecto diário casa-hospital-casa, fui a um parque (tipo pradaria) que fica bem pertinho do hospital e devo dizer que aquilo é lindo. Enorme, verdinho (tal como não podia deixar de ser no Reino Unido), com pessoas a passear os cães que têm imenso espaço para correr. É definitivamente um bom spot para respirar e contemplar bosques antigos que me fazem sentir pequenina.
 Após 10 dias solarengos, vai começar amanhã o tempo chuvoso. Mas nem a chuva me impedirá de explorar finalmente o coração londrino equipada no meu impermeável e botas. Wish me luck!

"Into the Meadow"

Bom fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #2

 Durante esta semana, aproveitei os meus finais de tarde livres para falar com o meu namorado, família e amigos, mas também para pesquisar os melhores pontos de interesse para visitar em Londres neste fim-de-semana que se avizinha. Já tinha aqui uma lista jeitosa e o que é que sucede hoje de manhã? Acordo com a garganta dorida.
 Como o ano passado por esta altura também me deu uma dor de garganta do género, que já estava a ameaçar ser amigdalite mas passou com Strepsils, apaziguei-me a mim mesma e informei-me onde eram as farmácias mais próximas. Só que durante o dia começo a fungar e a sentir aqui os meus seios nasais cheios de "nhanha". Usei o meu termómetro de vet (desinfectado!) e pelo menos não tenho febre.
 Entretanto, a meio de uma conversa com uma das enfermeiras veterinárias digo que estou a ficar constipada e devo dizer que ela quase me deixou com lágrimas de gratidão. 
Eu já tinha falado com ela porque tínhamos estado ambas numa cirurgia e parecia daquelas mulheres mesmo queridas. Para além disso tem um ar super maternal (não tivesse já dois rebentos) e foi por aí que me conquistou.
 Eu Catarina me confesso: ver uma mãe dá-me uma certa sensação de segurança. Se preciso de perguntar direções ou me sinto vulnerável num transporte público, é para junto das mães que me dirijo. Talvez por serem essas as sensações que a minha própria mãe me transmite, é assim que eu vejo as pessoas. Também se aplica um pouco aos pais, principalmente quando são cuidadosos com as crias.
 Mas voltando à enfermeira, ela foi logo buscar um papel para eu ficar com os nomes de uns medicamentos que ela aconselha para o meu caso e foi chamar a enfermeira-chefe para perguntar se eu podia sair mais cedo (também só faltava meia-hora). Digam lá se não foi uma querida?
 Por isso cá estou eu, já após ter tomado os fármacos que ela aconselhou e comido uma laranja (vem a mim vitamina C!) e a continuar a minha pesquisa de percursos turísticos em Londres, já que parece que este não será o fim de semana em que visito a cidade...
 (E btw, responsabilizo a 100% os ar-condicionados a 21ºC dos consultórios por esta gripe.)


Tenham um óptimo fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Catherine, a mini-estagiária #1

 Encontro-me neste preciso momento sentada na cama, após beber uma caneca de chá (Earl Grey como não podia deixar de ser), descansando as pernas após um dia de estágio. Falta mencionar que estou em Inglaterra, não é?
 Para ser sincera, eu não sabia bem onde me ia meter quando combinei este estágio de 3 semanas num hospital perto de Londres. Achei que seria uma realidade um pouco diferente, sem dúvida, mas fora disso não sabia o que esperar.
 Caraças, vim sozinha para um país estrangeiro passar 3 semanas num hospital onde não conheço ninguém. Nunca pensei vir a ter esta coragem na verdade. É que estamos a falar da mesma pessoa que chorou na viagem de finalistas, andava sempre nervosa e sem apetite porque estava longe dos meus pais e só tinha comigo uma amiga minha que conhecia outras pessoas.
 Parecia ter tudo para correr mal, não é?
 Mas na verdade não consigo imaginar esta experiência a correr melhor.
 Cheguei domingo de manhã, após me despedir da minha mãe no aeroporto às 4.30h da manhã e soltar umas lágrimas.
 Para chegar ao sítio onde estou instalada tive que apanhar um comboio, andar duas paragens de metro e depois apanhar um último comboio. Tudo isto foi possível graças ao Google Maps do qual tirei screenshots e à paciência dos funcionários que questionei só para ter a certeza.
 Já agora, um aparte: os britânicos foram sempre super simpáticos e prestáveis até agora, mesmo bem educados.
 Quando cheguei conheci a minha senhoria e falámos logo imenso. Ela adora animais (tem quatro cães e uma caturra) e a filha está a estudar para ser uma enfermeira veternária. É daquelas pessoas tagarelas e já sei quase toda a vida dela, really. Como eu não sabia o caminho de autocarro (são mesmo daqueles de dois andares vermelhinhos!) para o hospital, ofereceu-se para me levar no primeiro dia e ainda me arranjou o passe.
 Ao início notei alguma dificuldade em percebê-la. As pessoas na vida real têm sotaques e falam mais rápido do que em filmes e séries, naturalmente. Mas agora ao 3º dia já os percebo muito melhor e consigo expressar-me também com menos esforço do que quando cheguei.
Estava muito nervosa quanto ao hospital, mas mais uma vez em vão porque toda a equipa é simpaticíssima. As instalações são maiores do que eu alguma vez vi, muito bem equipadas e todo o pessoal está excepcionalmente organizado. Trabalham mais ou menos as mesmas horas que os veterinários em portugal, mas não têm hora de almoço, por exemplo; comem quando podem.
 Tinha medo de ser só uma sombra (eles usam mesmo a expressão "you can shadow me today"), mas deixam-me fazer alguns procedimentos como colher sangue de um animal ou fazer um exame físico quando o animal é saudável e bem-disposto.
 Para além disso o meu horário é das 9h às 17h e estou livre ao fim de semana! Vou poder explorar mais um pouquinho Londres que só visitei uma vez há 10 anos atrás e conhecer esta pequena cidade onde estou hospedada.
  Estou mesmo feliz!



Desejo-vos uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

sábado, 6 de agosto de 2016

Suicide Squad

 Ontem reuniu-se a squad da minha cidade natal e fomos ao cinema ver o "Esquadrão Suicida".
 Nas redes sociais (tipo 9gag) o pessoal comentava que o filme andava a ter críticas muito más e que era uma desilusão para toda a hype gerada.
 Primeiro tenho a dizer que o último filme que vi da DC Comics foi "O Homem de Aço". Na altura achei o filme secante, mesmo gostando e conhecendo bem a história deste super-herói (quem se lembra desta série?). Achei que, comparado com a Marvel, estes filmes eram muito mais sérios e maçudos.
 Portanto lá fui eu ver o filme com as expectativas baixas... E não é que gostei?
 Penso que se tiverem visto os outros filmes da DC Comics terão uma melhor contextualização da história e algumas personagens, mas na própria introdução também explicam as personagens individualmente, o que é uma grande ajuda.
 O enredo não é nada de novo: usar os maus para lutar contra males maiores. Mas as personagens em si, os diálogos e algumas situações tornam este filme prazeroso de se ver e capaz de nos fazer soltar umas gargalhadas.
O melhor: Harley Quinn, a banda sonora, ver que os maus podem ser bons e vice-versa
O pior: os vilões (que dança era aquela da Witch enquanto fazia o feitiço final?!) e a forma como os derrotam (sei que é ficção, mas não fez sentido nenhum); quem é que é a Katana??
Não é uma obra cinematográfica épica, mas é um filme de acção com piada.



Continuação de um bom fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Mitos sobre animais em que acreditava até entrar em Medicina Veterinária

As vacas leiteiras dão sempre leite.
Nunca tinha pensado muito no assunto, mas sempre assumi que as vacas leiteiras simplesmente davam leite.
Quando começámos a falar de detecção de cios e de gestação, é que se fez luz na minha cabeça. Tal como as restantes fêmeas mamíferas, também as vacas precisam de ter um bebé para dar leite. Foram seleccionadas para dar bem mais leite do que a quantidade que os vitelos precisam, de forma a se poder vender.

Os gatos não precisam de festas.
Nunca tinha tido muito contacto com gatos antes do curso, apenas com os do meu bisavô e de umas primas minhas. Como eles eram sempre fugidios e uma até me atacou do nada uma mão (estava sentada no sofá e provavelmente mexi a mão enquanto falava) sempre assumi que não eram animais que gostassem de festas como os cães.
 Afinal há uns mimados como tudo.

Os cães comem ossos.
Já fiz sobre um post sobre este assunto, mas a verdade é que ao contrário do que o senso comum transmite não se devem dar ossos aos cães.

As delícias do mar e "patinhas de caranguejo fritas" que compramos são feitas de marisco.
Tudo ovo. E outras cenas que dão sabor e corzinha.

Os cães são carnívoros.
Mais um mito muito comum é que os cães se alimentam principalmente com carne. Tanto que há uns seguidores de raw food que dão praticamente só ossos (ui!) e carne crua (nunca ouviram falar de parasitas e toxinfeções alimentares?) porque supostamente é o que os ancestrais dos cães - os lobos - comem.
A verdade é que os cães, ao contrário dos gatos, não são carnívoros estritos. São omnívoros portanto precisam de uma alimentação completa com todos os macronutrientes. Mesmo assim não se podem pensar neles como mini-humanos, pois as necessidades de hidratos de carbono e sal, por exemplo, são bem menores que as nossas.

As tartarugas comem apenas camarões
 Nunca tive tartarugas, mas sempre que ia a casa de alguém que tinha ficava fascinada com aquelas criaturas verdes com carapaça dura que devoravam camarões em ponto pequeno como se não houvesse amanhã.
 Embora muita gente dê apenas este alimento às tartarugas, este não é de todo o melhor para elas. Devem serguir uma dieta variada em nutrientes (normalmente existem rações próprias) senão criam deficiências nutricionais que lhes irão causar muitos problemas.
Outra coisa a ter em conta é que a temperatura da água delas deve ser controlada (por volta dos 24ºC).

Os ovos de galinha que comia eram pintos por nascer
 Esta se calhar não tirei só depois de entrar no curso, mas quando era pequena acreditava nisto até porque via pintainhos também a andarem atrás das suas mães nos pátios das minhas avós.
 Hoje em dia já percebo que as galinhas põem ovos quer sejam fecundados ou não, não precisando de um macho para nada. 
 Os ovos que vêem no supermercado não são fecundados, até porque os senhores da indústria das galinhas poedeiras não querem ter ali um macho a "comer de graça" sem dar ovos a ninguém.

Deve-se ralhar com os animais para eles aprenderem
Toda a educação de um animal dava material para imensos posts, mas hoje vou-me ficar por aqui.
A vida dos animais de estimação começa com a melhor professora do mundo: a mãe deles. Quando ela "ralha" com eles tem um timing e um método que mais ninguém consegue imitar portanto é importante deixá-los pelo menos até às 8 semanas de vida com ela. Vai ser muito importante para fazer a inibição da dentada e também os tornar menos propensos a ansiedade por separação.
 Sei que quando eles fazem um xixi no tapete, ou rasgam alguma coisa a primeira coisa a vir ao de cima é um "NÃO!". Mas muitas vezes há uma perda na comunicação e o que nós entendemos como "não faças xixi em casa" passa a ser "não faças xixi à minha frente".
 A recompensa dada durante ou logo após algo que gostávamos que repetíssem é a melhor maneira de eles aprenderem, mesmo que possa demorar mais um tempinho.


Desmitifiquei algum dos vossos mitos?


Bom fim de semana!

Com amor,
A Marquesa

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Fuerteventura - A ilha mais ventosa das Canárias

A contrastar com as viagens dos últimos anos que têm envolvido viajar para cidades e percorrê-las de uma ponta a outra para as conhecer quase tão bem como a nossa, este ano remontámos às típicas férias da minha infância e adolescência: fazer turismo balnear numa ilha.
 Já percorremos praticamente todas as ilhas mediterrânicas (só nos faltam as gregas, excepto Creta), por isso desta vez fomos um bocadinho mais para Sul.
 Foi uma decisão à última hora e deixámos todo o processo de pesquisa e reservas para a agência de viagens, em vez de sermos nós. Um dos pacotes disponíveis era então na ilha de Fuerteventura, do arquipélago das Canárias.
 A ilha vive essencialmente do turismo e alguma produção de leite de cabra e aloe vera.
 A paisagem natural não é das mais bonitas, na minha opinião, já que é árida e rochosa com escassa vegetação. Porém, o mar a quase 20ºC azul turquesa, as temperaturas altas (mas sem ultrapassar os quentes 30ºC) e as praias lindíssimas tornaram-na no palco ideal para umas férias felizes e descansadas.

 Ficámos no Hotel Fuerteventura Princess e ficámos satisfeitos. Os quartos eram espaçosos, limpos e dispunhamos de varanda, o "aldeamento" em si era cuidado e muito bonito. Escolhemos regime "tudo incluído" portanto tínhamos acesso aos vários bares e restaurantes espalhados pelo hotel.
 Tínhamos acesso a 4 piscinas, sendo que uma delas era reservada para nudismo, assim como a uma praia pública mesmo em frente ao hotel.
 Existia ainda uma equipa de animação e aproveitei ainda mini-aulas de stretching e pilates de meia hora que me souberam pela vida.

O interior do nosso hotel
Praia em frente ao hotel (Playa Jandía)
Alugámos um carro durante 3 dias para conhecer outros pontos de interesse da ilha. No primeiro dia apanhámos uma grande desilusão porque o tempo enevoado não deixou algumas paisagens fazerem jus às fotografias que tínhamos visto.
 Para além disso, é muito difícil desfrutar de uma praia quando o vento forte nos chicoteia com areia e nos torna um autêntico croquete humano no percurso mar - toalha.

Praia de Corralejo (diz que é menos ventosa)
Morro del Jable (foi aqui que o nevoeiro atacou)
As estradas da ilha, para muitos dos pontos turísticos, também não são as melhores. As estradas de terra batida e cheias de curvas deixaram-me frequentemente enjoada e a desejar pela invenção do teletransporte. Por outro lado, todas as estradas - incluíndo autoestradas - são de circulação livre e grátis.
Dunas de Corralejo
Faro de Jandía
A verdade é que, embora tenha gostado das férias, não é um sítio que eu recomende e muito menos tencione voltar. 
 Se adorei o mar e o clima? Sim, sem dúvida. Se havia praias bonitas e gostei do hotel e da comida? Sim, mais uma vez.
 Mas, na minha opinião, existem imensas ilhas mais bonitas (qualquer mediterrânica) e sem o grande empecilho que é o vento que torna impossível relaxar na praia sem recurso a corta-ventos. 


Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
A Marquesa

P.S. As foto são da autoria do meu pai, por favor não utilizar sem autorização.