domingo, 31 de dezembro de 2017

Temos que ser umas p'ras outras - Calendário de Advento da The Body Shop (2017)

Confesso que sempre tive um certo fascínio pela The Body Shop. Para além de ser uma marca que aposta no comércio justo das matérias-primas, prima por ingredientes naturais e não testa os seus produtos em animais. Não bastasse isto, toda a gente diz maravilhas dos produtos.
Há um mês que andava a participar em todos os giveaways que via para tentar ganhar um calendário do advento e acabei por arrastar o meu namorado comigo para ter mais hipóteses de ganhar. O que eu não contava é que o meu próprio namorado a oferecesse como prenda de natal adiantada.


Este é o calendário mais pequeno e mais barato, sendo que originalmente custava 60€, mas o meu namorado apanhou-o já nas promoções por 45€. A meio de Dezembro já o publicitavam a 30€.
Funciona como aqueles calendários do advento de chocolate, com uma janelinha reservada para cada dia e um produto lá dentro. No verso da caixa diz o que contém, mas não sabem em que dia irá estar.
Para além de ser divertido ir esperando para abrir as janelas, considero um óptimo investimento. Cada produto ficou a menos de 2€ e vou poder experimentar uma panóplia de linhas diferentes para mais tarde saber o que quero comprar em embalagens do tamanho normal. Infelizmente existem algumas coisas repetidas (curvex, lápis de olhos...) que não vou precisar tão cedo por isso estou a pensar numa forma original de lhes dar uma nova casa.
De resto, podem contar com reviews dos produtos nas próximas rubricas de "Produtos Cruelty-Free" que estou servida de sabonetes e cremes até ao final deste ano que está prestes a começar.

Um feliz 2018!

Com amor,
Catarina

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O meu 2017

Sei que toda a blogosfera se encontra em modo perspectiva, mas não podia deixar de fazer uma publicação sobre o meu ano, para mais tarde recordar.
Este ano começou de maneira completamente diferente dos anteriores. Não deu para combinar algo com um grupo de amigos porque tinha estágio dia 31 e 1, por isso passei a meia-noite no telhado do antigo prédio do meu namorado a ver o fogo-de-artifício e a comer M&M's com ele. Fomos-nos deitar cedinho mas o gesto encheu-me o coração.
Em Janeiro chegou cá a casa o nosso Bóris, pequeno e traquinas, com aquele cheiro a cachorro bebé e muito amor para dar.
Seguiu-se Fevereiro, em que passei o dia dos namorados em modo Double Date no Oceanário, e no início de Março terminei o meu estágio curricular no Hospital Veterinário com a sensação de dever cumprido mas com algum cansaço acumulado. Nesse mesmo mês fui visitar família à Irlanda na companhia do meu namorado, visitei cenários do Game of Thrones e apanhei uma toxinfeção alimentar que me fez nunca mais querer tocar em batata doce. Por outro lado, foi o mês em que deixei de comer peixe de vez.
Em Abril comecei a trabalhar para a minha tese, após definir a sua estrutura com a minha orientadora, e visitei a belíssima cidade de Edimburgo com os meus pais e irmão, que me deixou com ainda mais vontade de conhecer a Escócia.
Maio, o meu mês de aniversário, teve direito a uma festa com a família à frente da televisão a torcer por Portugal na Eurovisão e às primeiras jornadas sobre pequenos animais da minha faculdade.
No mês seguinte visitei os meus amigos que estão a viver na Bélgica e conheci o membro mais novo da família, voltando da viagem com o coração cheio e dezenas de fotos bonitas. Foi neste mês que comemorei 4 anos de namoro.
Iniciámos Julho com um fim-de-semana prolongado na minha praia de infância e aproveitei uma promoção para me inscrever num novo ginásio com uma amiga. Tive a primeira colaboração do blog com uma marca.
Em Agosto fiz Dog Paddle com o Bóris, vi cinema ao ar livre pela primeira vez, fiz a viagem com que sempre sonhei ao Japão e dei saltos numa praia fluvial em Côja.
Despedi-me do Verão com uma aula de Yoga no castelo e em Outubro fui passear aos Passadiços do Paiva, dias antes de começarem os incêndios em todo o território nacional. Porém, acabei o mês de forma positiva com um workshop de cozinha de alguém que admiro e o concerto da Mallu Magalhães após um dia de passeio com o meu namorado.
Em Novembro fiz a minha primeira lasanha (e tantos outros pratos), comemorámos o primeiro aniversário do Bóris e comprei uma saia-calção que foi amor à primeira vestidela.
Termino este ano com a graduação de duas amigas, prendas de Natal de pessoas que me conhecem e amam, a ânsia da espera da correcção da minha dissertação de mestrado, a reunião de todo o meu grupo do secundário e uma menção de uma publicação minha no blog de alguém que já leio há algum tempo e admiro.
Foi o meu último ano enquanto estudante, por isso estou bem receosa do que estará para vir. No entanto, sei que com trabalho e vontade o céu é o limite. E eu sempre fui uma miúda que passa muito tempo nas nuvens.

As fotos mais "gostadas" em 2017

Que tenham um óptimo final de ano!

Com amor,
Catarina

domingo, 24 de dezembro de 2017

Boas Festas


Deixo-vos aqui o desejo de um Feliz Natal!
Que a vossa consoada seja rica em amor, comida que gostam e diversão.


Ho ho ho,
Catarina

sábado, 23 de dezembro de 2017

Coisas ridículas em que acreditava quando era criança

Estamos naquela época do ano em que paira alguma magia no ar. O amor, a solidariedade andam em altas e ninguém sente isso tão intensamente quanto as crianças. Muitos de nós temos saudades desses tempos, quando éramos inocentes e jurávamos a pés juntos que tínhamos ouvido os sinos das renas antes da visita do velho de barbas brancas.
Mas o Pai Natal não foi a única coisa "ridícula" em que acreditei em pequena. Querem rir-se comigo um bocadinho?


Castelos em todas as Cidades
Quando era miúda, achava que todas as cidades do mundo tinham castelos. Porquê? Porque sou de Leiria, onde há um castelo e costumava ir passear para Pombal e para Lisboa, cidades com castelos. Até que um dia teremos ido a uma cidade em que não existia e quando questionei os meus pais eles lá me explicaram que realmente não são um marco de todas as cidades.

Os Brinquedos com Vida
Esta obviamente comecei a acreditar após ver o Toy Story. Mas enquanto os outros miúdos viam, riam-se e sabiam que os seus brinquedos eram objetos inanimados eu pensei que poderia existir um fundo de verdade. Para além de tentar brincar com os meus bonecos igualmente para nenhum se sentir injustiçado, também me lembro de olhar pela fechadura para o quarto dos brinquedos tentando apanhá-los em flagrante e de tentar ficar acordada para ouvir as minhas Barbies a andarem de um lado para o outro no meu quarto.

As Moscas que adoram Arroz
A minha avó materna de vez em quando punha-se com um mata-moscas em riste e fazia uma caçada a estes insetos cá por casa. Dizia a lengalenga "anda cá mosca que eu dou-te o arroz" à qual eu achava imensa piada e distribuía tiros certeiros. Porém, eu pensava que a lengalenga servia para atrair as moscas por elas gostarem de arroz. Não sei quando descobri que o arroz não era a ambrósia das moscas, mas foi embaraçosamente tarde.

As Educadoras São
No primeiro ano do Jardim de Infância a minha educadora chamava-se São. No ano seguinte, tive uma nova educadora e por coincidência esta também tinha o nome São. Então na minha lógica de criança achei que São era o nome com que se tratavam as educadoras, como por exemplo os meus primos mais velhos tratavam por "stôr" os professores deles. No ano seguinte a minha terceira educadora já teve um nome diferente por isso fiquei logo esclarecida.

A minha Tia que trabalhava sentada
Eu gostava de saber as várias profissões dos membros da família e uma vez perguntei aos meus pais o que a minha tia X fazia. Eles responderam "Trabalha num Banco." Eu lá imaginei a minha tia a trabalhar sentada num banco mas nem questionei o que ela fazia sentada o dia todo...


Também têm histórias destas engraçadas? Sintam-se à vontade para partilhar!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Dicas para escrever uma Dissertação de Mestrado (parte II)

Na semana passada escrevi algumas dicas e noções sobre a famosa "Tese de Mestrado" (parte I). Tive um feedback muito positivo e querido da vossa parte por isso quis voltar rapidamente para vos dar mais alguns conselhos apenas com a minha experiência pessoal e a de amigos.

5) Cria horários.
Para muitos, na altura da escrita da tese esta é a vossa única obrigação académica. Se ainda faltarem uns largos meses para o prazo de entrega a tendência vai ser para deixarem as coisas para a última hora. Qualquer que seja a vossa ocupação, definam um horário para trabalharem apenas na tese. Para quem trabalha ou ainda estuda pode ser apenas aquela hora das 19 às 20h três a quatro vezes por semana, mas para quem tem tempo livre podem ser, por exemplo, 6 blocos de 3 horas distribuídos pela semana. Assumam esse compromisso e reservem esse espaço na vossa agenda. 

6) Índice em primeiro lugar
Este foi um conselho de uma colega mais velha e foi muito sensato. Assim que discutirem a estrutura da vossa dissertação com o vosso orientador e de terem a temática relativamente estudada, tentem construir o índice. Depois, copiem o índice para uma folha do word e espacem os vários títulos, de maneira a depois ser uma questão de ir "preenchendo" cada um.

7) Bibliografia
Os professores têm sempre preferência em relação a citarem artigos do que livros, mas devem consultar ambos. Muitas faculdades facultam acesso a artigos que não estão disponíveis ao público-geral aos seus alunos enquanto utilizam a rede académica, por isso tentem informar-se com os funcionários da biblioteca. Para os comuns mortais, existem algumas extensões (como esta) para conseguir obter os artigos pagos que pesquisam no Pubmed.

8) Execução
Devo dizer que o método que utilizei para ir escrevendo a minha revisão bibliográfica (que no formato de investigação se traduz na Introdução) foi o que utilizava ultimamente para os trabalhos. Pesquisava a bibliografia, transpunha para um documento word tudo o que me interessava de cada artigo/livro sobre o meu tema e depois ia colocando essa informação no sítio "correto" do tal Índice espaçado de que falei anteriormente. Depois vou cortando a informação repetida e de artigos que apenas a estão a citar (embora possa pesquisar essa citação se necessário). No fim construo o texto pelas minhas próprias palavras sem me esquecer de atribuir os autores da informação.

9) Guardem a Introdução e Resumo/Abstract para o fim
Dependendo da estrutura, podem introduzir a vossa dissertação com algumas linhas sobre o vosso tema e objetivos. Tanto esta introdução como o resumo (e a sua tradução - abstract) devem referir a globalidade do vosso trabalho, por isso o melhor é deixá-los para o fim para não se preocuparem em modificá-lo caso alterem o conteúdo do que abordaram.


Para não ficar muito extenso, farei ainda uma terceira e última parte destas dicas.
Espero genuinamente ter ajudado e apaziguado os futuros mestres desse lado.

Com amor,
Catarina

domingo, 17 de dezembro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Santuário de Heian e voltas por Kyoto

Depois de visitarmos o Pavilhão Dourado e Castelo de Nijo, fomos visitar um dos santuários budistas mais recentes: o Santuário de Heian.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dicas para escrever uma Dissertação de Mestrado (parte I)

Tese. Aquela palavra de quatro letras que causa calafrios na espinha de estudantes que pensam em tirar um Mestrado. Era a etapa do curso que mais temia e que me parecia inalcançável.
Não é. Se já milhares de pessoas conseguiram antes de ti (e algumas um pouquinho menos capazes, letsbehonest) também tu vais conseguir.
Quero deixar aqui algumas dicas que fui aprendendo a bem e a mal. O meu caminho não foi perfeito, a minha experiência por si só vale o que vale, mas quero falar desta etapa da minha vida e ajudar os outros a serem bem-sucedidos. Basicamente quero humanizar a tese de mestrado. 
Vamos a isso?

1) Tipos de dissertação de mestrado
Primeiro que tudo, informa-te sobre quais os formatos em que podes entregar a tese. No caso da minha faculdade (curso de Medicina Veterinária) existem 3 possibilidades:
Relatório de estágio - Trata-se de um relato pormenorizado sobre a vossa experiência no estágio curricular. Terão de mencionar a casuística, as horas que fizeram, onde o realizaram e sob que orientação. Muitos alunos optam por este formato porque é o menos trabalhoso. Dependendo das faculdades, poderão falar mais pormenorizadamente de um caso ou de um tema. Existem faculdades onde não existe esta opção e outras onde este faz parte da vossa avaliação e necessitam de realizar outro formato de dissertação.
Revisão Bibliográfica - Este é um dos formatos mais frequentemente utilizados. Não é nada mais do que fazer um trabalho sobre determinado tema, mas mais pormenorizado e utilizando as referências mais actuais possíveis. Por vezes pode ser inserida a vossa experiência pessoal sobre o tema ou (numa área de saúde/ ciência) descrição de casos que tenham visto.
Investigação - Este é um dos formatos mais trabalhosos, mas apenas porque normalmente requer também uma componente prática. Na área de ciência é quase imprescindível escolherem este formato e a cereja do topo do bolo é conseguir criar um artigo científico.

2) Escolher o tema
O tema de uma dissertação não cai do céu, mas também não é a coisa mais complicada do mundo. 
No meu caso o primeiro tema que escolhi foi-me aconselhado por uma veterinária que eu conhecia. Era relacionado com parasitas e seria uma óptima investigação, mas como estagiei em Lisboa acabei por não ter casos nenhuns. Como já tinha escolhido a orientadora especialista em parasitas, decidimos juntas escolher um novo tema com mais casuística e foi assim que cheguei à minha temática actual.
Para além de pedir sugestões a profissionais da vossa área, podem escolher em primeiro lugar o vosso orientador (quer pela afinidade quer pela área de interesse) e determinarem um tema juntos ou trabalharem num projeto que ele tem em curso.
Se durante uma aula ou até durante o banho se lembrarem de um tema interessante, apontem logo para não se esquecerem e investiguem depois junto de profissionais/professores se será uma hipótese viável.

3) Saber o método de trabalho do orientador
Depois de já saberem o objetivo da vossa dissertação e terem a estrutura combinada com o vosso orientador, perguntem-lhe como ele prefere trabalhar.
Este foi um dos meus erros. Assumi que a minha orientadora teria um método de trabalho igual aos de alguns colegas e amigos meus mas não foi isso que sucedeu. Vocês têm todo o direito a pedir apoio e a tirar dúvidas. Mas se por um lado há professores que preferem que vocês vão mandando por capítulos ou que definem prazos, existem outros que preferem ter tudo já escrito para corrigir e sugerir melhorias. Contem com pelo menos um mês para o vosso orientador poder ter tempo de verificar a bibliografia, sugerir alterações e corrigir uma última vez se necessário antes do prazo final.

4) Leiam, leiam, leiam
Sabem sobre o que querem escrever? Já combinaram tudo com o vosso orientador? Então agora começa a parte de estudar.
Pode ser aborrecido, mas convém ter o mínimo conhecimento sobre o que vamos escrever, ver o que já foi escrito e ler diferentes perspectivas sobre o tema.
Por exemplo, tenho uma amiga minha que fez a tese sobre dentes porque gosta da área e acabou por descobrir que o método que ela estudou seria muito útil em medicina veterinária forense. 

Espero ter ajudado alguém. Na parte dois vou abordar técnicas para maximizar a vossa produtividade e alguns truques.


Tenham um óptimo fim-de-semana!

Com amor,
Catarina

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Quase quase

Já me falta relativamente pouco para terminar a minha dissertação.
É estranho como fui vendo estas páginas a tomar forma. Lembro-me de há dois meses atrás ter comentado com uma colega minha que tinha 9 páginas de texto e agora tenho 32 (ainda não tive paciência para fazer a capa, índices e etc).
Acho que há certas partes que estão melhores do que outras, mas começo a ganhar algum orgulho desta minha criação. Quero muito entregar já esta semana tudo impresso para a minha orientadora corrigir (espero eu!), para fazer todas as alterações que forem necessárias e, se todos os ventos soprarem a meu favor, entregar ainda antes do Natal. Era a melhor prenda que poderia ter: uma consciência tranquila.


Tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 10 de dezembro de 2017

Ideias de presentes solidários

Se ainda estiverem a trabalhar no projeto de Caça às Prendas ou gostavam de conhecer algumas iniciativas solidárias, aqui ficam algumas ideias.

Lembro-me de ver caixas dos postais da UNICEF lá por casa desde pequena, que se encomendava para desejar boas festas aos clientes do meu pai. Acho que os designs se têm actualizado e diversificado, existindo muita opção de escolha para todos os gostos.
Se costumam enviar postais a desejar boas festas, porque não juntar o útil ao agradável e ajudar crianças de todo o mundo?

A Animais de Rua é uma Associação com a qual contactei bastante durante o meu estágio curricular. Funciona à base de voluntários que recebem formação para poderem apanhar gatos de rua recorrendo a armadilhas com comida. Depois de examinados, são esterilizados para não aumentar a população destas colónias de rua. Os mais pequenos ou meigos são considerados para adopção, mas os mais velhos que não se dão, de todo, com humanos são devolvidos à sua colónia.
É um excelente presente para quem adora animais.

(Para aquela amiga marota, têm a alternativa do calendário solidário dos Bombeiros Sapadores de Setúbal que reverte a favor da Associação dos Amigos dos Queimados.)

Fiquei quase chateada por ter feito a minha encomenda tão cedo este Natal, porque pouco depois a marca lançou três sabonetes alusivos à época e com óptimo aspeto. A It's Soap to You é um projeto da Francisca, com sabonetes artesanais, com aromas adequados a cada estado de espírito, recorrendo à aromaterapia. Não são testados em animais e não contêm ingredientes de origem animal. O problema é só mesmo escolher! 
Até 1 de Janeiro, por cada sabonete vendido, é doado 1€ à Liga Portuguesa Contra o Cancro. 


Ideia extra: Raspadinhas. Para além de apoiarem a Santa Casa da Misericórdia, é uma prenda barata e que pode até resultar numa boa quantia para quem a recebe.


Tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

sábado, 2 de dezembro de 2017

Linda Leiria - Músicos do Liz

Posso não ser das pessoas mais atentas às novidades da música e confesso-me um bocadinho mainstream no gosto musical. Porém, funciono muito por fases. Sou daquelas pessoas que quando encontra um artista que gosta ou quando está no mood para um tipo de música, ouve mesmo até se cansar.
Com a escrita da tese, para além da música clássica e outros géneros sem letra - senão começo a cantarolar e distraio-me - a Surma tem estado na minha playlist. Para quem não conhece, "Surma" é na verdade um projeto da artista Débora Umbelino, natural de Leiria. Conheci-a no Liceu ainda ela tinha o cabelo encaracolado, escuro e comprido, e pertencia à banda "Backwater and the Screaming Fantasy". Sempre foi uma querida e foi com muito orgulho e admiração que fui acompanhando à distância o seu projeto a solo, que me faz sentir vitoriosa cada vez que a oiço na rádio. Não costumo ouvir muita música alternativa, mas as suas canções Hemma e Maasai fazem-me sentir que estou debaixo de água a ouvir um canto de sereia e a sentir-me imersa em felicidade e tranquilidade.
Depois, lembrei-me que na minha cidade há várias bandas que se iniciaram nos tempos de Secundário e agora têm sucesso nacional e internacional e decidi partilhá-las por aqui.
Um agradecimento especial à minha amiga Ana por me ter ajudado a escolher as canções!






Já conheciam algum destes leirienses?

Tenham um óptimo fim de semana!

Com amor,
Catarina

terça-feira, 28 de novembro de 2017

E de repente... falta um mês.

Eu sou daquelas pessoas que se apercebe do que a perturba ou o que deseja consoante o que sonha. Quer seja retomar o contato com alguém de quem sinto saudades, quer seja acontecerem aqueles cenários aterradores que nos fazem sentir aliviados quando acordamos e nos apercebemos que se tratava apenas de um sonho.
Na outra noite sonhei que estava numa defesa da dissertação de mestrado de alguém, com as minhas amigas do curso e que todas já tinham entregado a sua tese e estavam preocupadas por eu ainda não ter acabado a minha.
Não quero nada que este sonho se torne realidade, mas a verdade é que neste momento a minha tese está a cerca de 50-55%. Acredito com todo o meu ser que o meu nível de produtividade aumentará consoante a proximidade do prazo, mas o facto de faltar um mês começa-me a pôr nervosa. A minha orientadora está optimista, mas só quer ler o que fiz quando já estiver praticamente completo, o que me preocupa, porque tenho medo da estrutura da minha revisão bibliográfica não ser a melhor. A parte da discussão sei que será relativamente mais simples, mas demoroso por causa dos gráficos e tudo mais. Só espero que a minha motivação continue em alta, porque sei que estou a caminho de uma crise emocional nas últimas semanas de Dezembro.
Desejem-me sorte e não se admirem se as publicações por aqui começarem a rarear entretanto.

Com amor,

Catarina

domingo, 26 de novembro de 2017

Biblioteca da Marquesa - Uma Morte Súbita

J. K. Rowling será sempre uma das minhas escritoras favoritas por ter trazido ao mundo o universo de Harry Potter. Os seus livros tinham páginas a menos para a vontade que eu tinha de continuar a ler imersa naquele mundo e conhecer melhor todos os personagens.
Quando o livro "Uma Morte Súbita" chegou cá a casa, não tive coragem de o ler. Estava com muito medo de ficar desapontada e de não gostar das histórias de J. K. Rowling num registo mais adulto. Sei que "cheguei" tarde, mas fico feliz por ter feito esta leitura.
Este foi um daqueles livros que me custou muito (tempo e paciência) a entrar na história. Tem umas vinte personagens e com nomes ingleses completamente comuns, por isso só a meio do livro é que comecei a distinguir eficazmente cada um. 
Basicamente, a história passa-se numa pequena vila inglesa, em que morre um dos membros da assembleia comunitária numa altura em que se debate se um bairro social deve sair ou não da responsabilidade da mesma. O candidato que ganhar a inesperada eleição poderá fazer a diferença.
A história começa vagarosamente e parece-nos ter imensos pormenores desnecessários, mas é à medida que avançamos as páginas que vamos entendendo como tudo encaixa e a acção verdadeiramente dita acontece. Não estava à espera de tantas reviravoltas e o final é, para mim, revoltante. Mas no bom sentido, porque deixa-nos a pensar. Para mim, este livro não é sobre aquelas vinte personagens em particular, mas sobre a mentalidade e política de pequenas cidades inglesas. E a lição sobre a vaidade das pessoas, o egoísmo e a alienação de algo apenas porque é diferente podia perfeitamente ser repetida cá. 
Se, como eu, têm este livro à vossa espera e não sabem se hão-de dar-lhe uma oportunidade ou não, confiem em mim. O início custa, mas o resto vale muito a pena.


Tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Lista para o Pai Natal

Acho que não é demasiado cedo para partilhar wishlists de Natal, visto que já elaborei a minha listinha a pedido da mamacita.
Eu própria já comprei a prenda de Natal para o meu namorado, e lá em casa também já está uma boa percentagem das prendas natalícias que ofereceremos à família e amigos (graças à Dona Organização que é a minha mãe). Acho que a única desvantagem de fazer as compras antecipadamente é ultrapassar a validade do talão de troca. Felizmente, não temos tido muitos problemas nesse sentido ora por as prendas serem de sítios mais locais e pequenos, ora por conhecermos bem o gosto dos contemplados.
Vamos então aos meus desejos deste ano, que transparecem bem o meu lado prático e preocupação com o meu futuro profissional.


1. As minhas Merrell têm-me aquecido os pés quase diariamente nos dias frios dos últimos 3 anos, mas já começam a ficar danificadas, principalmente no seu interior. Vi estas Maya da Nae Vegan Shoes e acho que serão umas óptimas substitutas, para além de giras. 
(Entretanto ficaram esgotadas no meu número, por isso em alternativa estão estas, que me parecem quentinhas, na lista)

2. Para quem me tem acompanhado sabe que uma das minhas artistas preferidas do momento é a querida Mallu Magalhães. Gostava muito de ter o seu álbum mais recente - Vem - para poder ter uma condução ainda mais animada e feliz.

3/4. Estes são dois dos livros de bolso que já vi colegas meus e veterinários usarem. Já tive o "The Small Animal Veterinary Nerdbook" nas mãos e realmente tem tabelas e informação esquematizada muito útil para qualquer veterinário que queira confirmar ou relembrar informação ali num instante. O "Mini Vet Guide" é mais barato e também o tenho visto nos bolsos de alguns colegas meus.

5. Eu nunca tive qualquer contato com o mundo profissional, a não ser em estágios, por isso gostava muuuito de ter uma ideia do que me espera daqui a uns meses. Currículos, cartas de apresentação e entrevistas de emprego são algo que me deixa nervosa e penso que o livro "Licenciei-e... E agora?", escrito por uma blogger portuguesa que admiro, será uma mais-valia.

E vocês, já têm uma ideia do que gostavam que vos calhasse no sapatinho este ano?

Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 19 de novembro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Pavilhão Dourado e Castelo de Nijo (Kyoto)

No segundo dia em Quioto, fomos visitar dois dos lugares mais emblemáticos da região: o Pavilhão Dourado e o Castelo de Nijo.
O Pavilhão Dourado (Kinkaku-Ji) é um templo budista construído no século XIV, mas cuja estrutura que agora se vê data dois séculos mais tarde, após ter sido destruído por chamas por um monge com alterações mentais.
O primeiro andar é revestido a madeira, mas os superiores  são revestidos a folha de ouro, dando o nome ao conhecido monumento. No seu topo ergue-se uma fénix dourada chinesa (Fenghuang).
O lago ao seu redor é conhecido como o "lago espelhado" (Kyoko-chi) e está inserido num parque antigo com jardins inspiradores.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Dias de Cabelo-Bom

Uma das razões pelas quais eu gosto de cortar muito o cabelo e só uma vez por ano, é que ao longo dos meses parece que vou ganhando penteados novos.
E aqueles dias em que quando me vejo ao espelho e o cabelo está diferente e bonito são dias em que a minha confiança sobe para o dobro. Viva os Good Hair Days.


terça-feira, 14 de novembro de 2017

1 ano de Bóris

A 14 de Novembro de 2016 nasceu o nosso Bóris, na altura ainda chamado Athos.
É um cão que adora água: adora molhar as patas na taça de água (agora já tem um alguidar para o efeito), chapinhar nas poças que encontra durante os passeios, ficar debaixo da chuva e nadar em ribeiras e lagoas. Nos passeios aproveita também para pôr tudo à boca: sejam ossos, cocós de ovelha, lixo, obrigando-nos a estar muito atentos e a ir pescar-lhe estas iguarias à boca. 
Adora estar connosco tanto que, mesmo quando o portão da rua está aberto, ele não liga nenhuma a essa "liberdade" e prefere andar atrás de nós. Mas isso não significa que também não saiba estar sozinho, aproveitando para rebolar na relva e brincar com os seus brinquedos. Desde pequeno adora garrafas de água pelo barulho que fazem ao mordê-las e de jogar ao "busca" com bolas de ténis e de futebol. Só não busca paus, não lhes liga nada, e para roer é louco por pinhas desde a primeira vez que as encontrou num pinhal.
É um cão que adora festas, principalmente na barriga e no peito, onde tem a sua mancha de pêlo branco, e dar beijocas - embora seja um bocadinho bruto à vezes. Por essa razão temos de ter muito cuidado quando encontramos crianças nos passeios, porque o Bóris manifesta a paixão assolapada que tem por miúdos por saltinhos e lambidelas - que num cão de 50 kgs é uma avalanche para a pequenada.
É muito curioso em relação aos outros animais, gostando de ficar a observá-los ou a querer segui-los quando estão em movimento. Nunca o vimos a caçar. Uma vez teve a oportunidade quando uma toupeira estava à superfície no jardim, mas após cheirá-la bem decidiu convidá-la para brincar através de pulinhos e latidos como faz aos outros cães.
Temos de ter muito cuidado com peças de vestuário e calçado ao abandono, porque é certinho que se o Bóris a apanha e não a recuperarmos a tempo já só iremos encontrar farrapos. De vez em quando quando está muito excitado para brincar gosta de nos puxar a roupa, o que não tem muita piada...
Outra curiosidade é que se algum dia eu estiver numa daquelas cenas de filme em que se decide quem é o verdadeiro dono do cão com base em quem é que ele se dirige em primeiro lugar estou tramada: o Bóris adora conhecer estranhos, por isso cumprimenta-os muito entusiasmado em primeiro lugar e só depois vai ter com as caras conhecidas.
Já não trocava o meu cão-urso por nada. É um cachorro traquinas e que faz algumas asneiras, mas compensa sempre com a sua personalidade engraçada e com a quantidade gigante de amor que ele tem para dar.
Parabéns Borizito!

Aqui com o seu "osso" de aniversário

Com amor,
Catarina

sábado, 11 de novembro de 2017

Cantinho Veterinário - Kit de primeiros socorros para cães e gatos

É uma preocupação comum, a de ter um kit de primeiros socorros por precaução. Foi algo que sempre esteve cá em casa e ao qual os meus pais recorriam sempre quando queriam desinfectar uma ferida, acalmar uma picada ou estancar uma pequena hemorragia.
Ora, para os nossos animais de estimação também existem alguns produtos essenciais para ter em casa, para pequenos ferimentos ou para utilizar após a recomendação de um médico veterinário. São todos produtos também utilizados em nós, mas não custa nada relembrar as suas funções.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

A artista da família

Na minha família paterna, o talento artístico é praticamente nulo. Só para terem uma ideia, eu e alguns primos andámos na mesma escola básica no 2º e 3º ciclo e calhou os meus primos mais velhos e eu termos a mesma professora de Educação Visual. Quando chegou a vez do meu irmão ela, ao ver os trabalhos dele disse: "Estou a ver que também tens o jeito dos Motas". 
E é algo que parece que nasceu connosco. Todos gostamos muito mais de números, de lógica e de ciências do que de pintar, esculpir e desenhar.
Isto é, todos menos a Filipa.
A Filipa é quatro anos mais nova do que eu e desde sempre que foi a menina que gostava de pintar, de fazer bijuteria ou criar bonequinhos. Quando chegou a altura do secundário escolheu Ciências e Tecnologias, como os primos e a irmã mais velha, porque a verdade é que ela também tinha aptidão para ciências como os restantes.
No entanto, ao contrário de nós que escolhemos cursos de engenharia ou áreas da medicina, a Filipa decidiu seguir o que gostava e estudar Design Gráfico. E a verdade é que aliado ao gosto, também se tem manifestado todo o talento que tem. Acho que de certa forma a Natureza decidiu roubar toda a veia artística do nosso ramo da árvore genealógica e colocar numa única peça - a Filipa.
No mês passado esteve a trabalhar num projecto para uma cadeira que está agora em exibição numa das ruas de Nova Iorque. Vejam a notícia aqui. Eu não caibo em mim de orgulhosa.

Parabéns Filipinha!

Com amor,
Catarina

sábado, 4 de novembro de 2017

Os meus primeiros produtos cruelty-free

Lembram-se deste post em que falei sobre os testes feitos em animais nos produtos de higiene e cosmética? Sei que à primeira vista pode parecer muito complicado andar a confirmar se as marcas testam nas listas sobre o assunto, mas a verdade é que rapidamente vão decorando algumas "do bem" e outras "do mal". 
Aqui vai uma review dos primeiros produtos cruelty-free que comprei e estou a usar no momento, começando nos que menos gostei até aos preferidos.

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Sestas

Tenho um problema com sestas. Juro.
A maioria das pessoas que conheço falam do bem que lhes sabe dormir um bocadinho à tarde, ou de como basta uma hora de sesta para se sentirem bem, e eu não me podia identificar menos.
Sempre que, por alguma razão, me deito no sofá ou na cama e adormeço num horário que não o normal sei que quando acordar, quer 15 minutos ou 2 horas depois, vou sentir que estou a falecer. Para além deste incrível mau-estar, também me sinto completamente perdida no tempo e espaço, não sabendo bem o que aconteceu nem em que dia estou. E depois sinto-me irritada com a Catarina do passado por achar que aquilo era boa ideia ou por se ter deixado adormecer.
 A única excepção à regra são as sonecas nas viagens. Seja carro, autocarro, comboio ou avião consigo adormecer com facilidade e quando acordo sinto-me tal e qual como antes de ter sido visitada pelo João Pestana.
São fãs de sestas ou nem por isso? São daquelas pessoas que conseguem adormecer em qualquer lugar?


O resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Santuário Fushimi Inari e Estação de Kyoto

  A última paragem do nosso primeiro dia no Japão foi o Santuário Fushimi Inari em Quioto. Este santuário data do século VIII e começou por ser dedicado a Inari o deus do arroz e restantes gramíneas, mas com a diminuição da agricultura, o foco foi-se desviando para a prosperidade dos negócios. Inari é também o nome que dão às estátuas das raposas que se vêm pelo santuário, visto que este animal era tido como o mensageiro do tal deus.
  Para além das raposas de pedra e das cores vibrantes, a maior atração deste local é o túnel dos 5000 Torii, estes portões/arcos bastante conhecidos de cor laranja que vão sendo doados ao santuário por empresas que querem atrair sorte e sucesso.
A entrada no santuário

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Obrigada Mallu!

Eu já tinha declarado o meu amor à Mallu Magalhães por aqui, mas tenho de falar novamente nela porque na terça-feira passada consegui ir vê-la ao vivo, gentjii!
Depois de um dia de passeio e de experimentar sítios novos em Lisboa com o meu namorado, a noite culminou na Avenida da Liberdade, nomeadamente no Teatro Tivoli.
A sala de espectáculos estava esgotada já há um mês e fiquei feliz por ver tanta gente a apoiar uma artista que me é tão querida.
O concerto começou com o “Pelo Telefone”, e foi o primeiro impacto ali com a Mallu e a banda ao vivo. Vê-la ali a dançar, sem coreografia, ao som da música enquanto cantava foi daqueles momentos “Meu deus, ela está mesmo ali!”. Quando acabou a segunda música cumprimentou o público e pude comprovar que ela é realmente a coisinha fofa e genuína que transparece nas músicas e nas entrevistas que vi.
Por um lado, tive pena de o concerto ser naquela sala de espetáculos, porque uma pessoa tem sempre vontade de abanar a anca quando ouve as músicas da Mallu, mas por outro deu para estar confortavelmente embevecida por ouvir aquela voz de anjo que ela tem. Cantou todas as minhas músicas favoritas e fiquei a conhecer outras que quero muito passar a ouvir em loop. Posso até ter deitado uma lagrimazinha na “Olha Só, Moreno”, que ela cantou sozinha com o seu violão.
O espetáculo passou num instante e deu para perceber que todos os músicos estavam muito felizes por estar ali, incluído a Mallu que entre as músicas não parava de repetir "Obrigada!".
Mas, acho que posso falar por todos os que lá estavam e responder-te: Obrigada nós, Mallu. Obrigada.
Foto
Tenham um óptimo fim-de-semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 22 de outubro de 2017

Fui a um Workshop de Cozinha Vegetariana

Ir a um workshop de cozinha vegetariana era um objectivo que estava há muuuito tempo na minha bucket list e no sábado passado consegui finalmente riscá-lo!
Acho que qualquer pessoa que tenha crescido com a gastronomia tradicional portuguesa e queira mudar para o green side se pergunta: "Mas o que é que os vegetarianos comem? Posso tornar os pratos que eu gosto vegetarianos? Como sei que tenho uma refeição equilibrada no prato?". O livro da Gabriela Oliveira "Cozinha Vegetariana para Quem Quer Ser Saudável" respondeu-me a estas questões quando o comprei no início da minha jornada veggie. Ainda nem fiz 1/3 de todas as receitas, mas é sempre um guia quando quero aprender a fazer algo diferente ou repetir uma das receitas pelas quais me apaixonei.
 Quando soube que a Gabriela vinha a Leiria dar um workshop de comida vegetariana inscrevi-me logo. Só mais tarde reparei que o tema consistia em receitas sem glúten, mas o entusiasmo não diminuiu porque sei que só podia sair dali algo delicioso. Não me enganei.
 O espaço era pequeno e a turma grande, mas como cheguei cedo consegui ficar mesmo em frente à bancada de cozinha e assistir a tudo em primeira mão. Tinha levado um bloco de notas e uma caneta para apontar as receitas, mas claro que por razões práticas já tínhamos um pequeno folheto com o que iríamos fazer naquela tarde. Nessa altura questionei-me se valeria mesmo a pena estar naquele workshop, visto que não ia pôr as mãos na massa e resumia-se tudo a seguir a receita, mas esta questão dissipou-se assim que a Gabriela começou a cozinhar.
Foto: Tamari
 A verdade é que ver alguém mesmo à nossa frente a fazer passo-a-passo algo que até parecia complicado, simplifica logo o processo e, pelo menos a mim, deu-me a confiança de que conseguiria fazer aquilo sozinha e também muita vontade de experimentar e partilhar com os meus.
 A Gabriela foi muito simpática, assim como as senhoras do espaço em que estávamos, cheia de vontade de partilhar as suas dicas e explicar-nos o porquê das coisas. Aprendi muito sobre formas de conservar os alimentos e como confeccioná-los para tirar o maior partido dos seus nutrientes.
 No final comemos tudo o que se tinha feito e estava ainda mais saboroso do que eu esperava. Nunca comi uma base de quiche tão boa, a pasta de tremoço derrotou qualquer patê tradicional e o bolo de avelã e especiarias era tão docinho, macio e crocante ao mesmo tempo que sei que o farei brevemente. Ao jantar a conversa da nossa mesa fez-me sentir mesmo feliz por dentro. Estar entre pessoas com as quais tenho uma forma de pensar em comum, quando é algo pelo qual normalmente sou olhada de lado ou criticada pelos outros deu-me um sentimento de comunidade (gosto da palavra tribo) que tão depressa não me irei esquecer.
 Espero ir a mais eventos destes mas, por enquanto, vou dedicar-me às novas receitas que aprendi com o workshop, assim como as do livro mais recente da Gabriela "Cozinha Vegetariana para Festejar" que pedi que me autografasse.

Espero que tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

sábado, 21 de outubro de 2017

Aprendam com os meus erros #4

Agora que ando sempre com a minha garrafinha de água na mala, vejo a fortuna que poderia ter poupado nestes anos de estudante, principalmente quando almoço fora de casa.


#AllYouNeedIsWater #WaterIsAllYouNeed

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sobre os incêndios

Não sabia se devia ou não escrever algo sobre os incêndios que se passaram, mas a verdade é que este blog também é uma espécie de álbum de memórias e momentos para mim. Portanto, acho que, mesmo sendo um tema ligeiramente repetitivo para quem está a ler, devo a mim própria registar algo que me ocupou a mente durante vários dias.
Sou da zona de Leiria, uma das mais afetadas pelos incêndios do último domingo, dia 15. Na minha aldeia, houve um incêndio (com origem acidental) a menos de 1 quilómetro de minha casa, mas que com a rapidez e eficácia dos bombeiros e o alerta da população rapidamente se resolveu. Ninguém ficou ferido, mas ardeu alguma flora, assim como um palheiro e um tractor.
Porém, mesmo extinto esse fogo, o fumo e o cheiro a queimado não largavam a nossa zona. Havia fogos para a zona de Pombal, para a zona costeira de Leiria e de algumas terras mais próximas de nós. As crianças leirienses foram evacuadas da escola na segunda-feira por causa do ar irrespirável.
As imagens do nosso querido pinhal de Leiria magoam-me o coração. Percorrer a estrada com os pinheiros em ambos os lados sempre foi sinónimo de férias, diversão e paz. O caminho mais bonito para ir às nossas praias favoritas, o destino de um piquenique e um observatório de planetas e constelações. Mas, mesmo que demore décadas a crescer, ele há-de voltar. O importante é ninguém ter ficado ferido, como infelizmente aconteceu em outras zonas do país. Na verdade, embora se sinta um imenso sentimento de perda e revolta, está tudo a voltar ao normal.
A vila onde vivem os meus sogros não teve tanta sorte. Ardeu tudo o quanto era verde, mas também estruturas como o parque de campismo e habitações de pessoas que viviam na periferia. Estão sem eletricidade e sem rede telefónica. Dizem que parece que voltaram atrás no tempo para o século XIX.

Só espero que tudo isto nos sirva de lição e que nos torne mais exigentes, mas também mais humildes para ouvir a opinião de outros países e de quem realmente percebe do assunto para que da próxima vez (porque com o nosso clima é impossível não voltar a acontecer), as perdas sejam menores. Que as vítimas dos incêndios deste ano não tenham sido em vão.


Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

"Meu melhor amigo é o meu amor"

 Há já uma meia-dúzia de anos, quando estávamos no primeiro ano de faculdade, uma amiga minha desabafou que tinha saudades de ter namorado porque sentia falta de ter aquela pessoa com quem falava constantemente e podia partilhar todas as novidades assim que aconteciam. Fiquei meio encavacada, porque o namoro que tinha na altura era tudo menos assim. Trocávamos só duas a três mensagens por dia, quando estávamos juntos pouco conversávamos e ele não mostrava qualquer entusiasmado caso eu partilhasse alguma novidade. Contentava-me a estar infeliz apenas porque não queria estar sozinha outra vez, porque achava milagroso que alguém quisesse estar comigo. Até me dói escrever isto... que vontade de dar um "calduço" para acordar aquela Catarina para a realidade e apresentá-la ao amor próprio.
 Iriam passar ainda dois anos para saber do que aquela minha amiga estava a falar. Saber o que é nunca ficar sem assunto com alguém, de me divertir com coisas palermas, de falarmos sobre os nossos dias, quer por mensagens quando estamos longe, quer ao final de um dia enquanto andamos por casa. Estar completamente à-vontade para fazer com ele tudo (mesmo tudo!) o que costumo fazer sozinha. Alguém a quem conto os meus medos e sonhos mais escondidos no coração e a quem conforto e apoio quando ele o faz comigo. Alguém que adora experimentar comida nova comigo, quer seja em restaurantes ou quando me aventuro a cozinhar dizendo que está bom ainda antes de provar. Alguém com quem uma hora ao telemóvel passa a correr e a quem envio imagens e memes engraçados. 
 A vossa cara-metade não tem que ser o vosso único amigo, mas convém absolutamente ser pelo menos um (melhor) deles. Acreditem.



Tenham o resto de uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

domingo, 8 de outubro de 2017

Manjares da Marquesa - Crumble de Pêra

Há umas semanas atrás a minha avó apareceu cá em casa com vários sacos, entre os quais, pêras que uma afilhada lhe tinha oferecido. Como já estavam bastante maduras lembrei-me de fazer um dos meus doces favoritos: um crumble.
Com a companhia do Bóris e uma receita da Joana Roque que adaptei, pus as mãos à obra.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Nara

Após um bom almoço ainda em Osaka num restaurante com cozinha tradicional japonesa, viajámos um par de horinhas no autocarro da "excursão" onde sinceramente sucumbi ao cansaço da falta de horas de sono e jet lag. 
 Quando acordei, estávamos a chegar a Nara e nos parques da cidade já se viam alguns cervos a pedir comida às pessoas ou simplesmente deitados a descansar sem ligar aos paparazzis.  Descemos para visitar o Todai-ji, o templo que alberga o maior Buddha de bronze do mundo e que é considerado património da UNESCO. Os cervos também se encontram junto a este lugar sagrado, visto que são considerados mensageiros dos deuses, segundo o Xintoísmo.


quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Pensamentos de uma quase-veterinária no Dia Nacional do Médico Veterinário

O número de colegas meus que já é Médico Veterinário continua a subir.
O prazo para entregar a tese começa a ser cada vez mais iminente, o que aumentou a minha concentração e vontade de trabalhar para o triplo. Passei de ver as horas a passar vagarosamente quando a minha vontade é só de ir para casa, para olhar para o relógio e exclamar “já?! Mas ainda não fiz metade do que queria!”.
Voltando aos meus colegas, noto que estou mais crescida que há uns anos atrás quando o orgulho e a felicidade substituem a inveja. Fico genuinamente contente por ver os meus colegas conseguirem emprego na área que queriam, dedicarem-se a áreas que gostam ou a conseguir internatos e residências com que sonhavam. Sei que não é apenas fruto de sorte, mas de verdadeira dedicação e trabalho. De colherem o que semearam.
Aceitei que há vários caminhos para o sucesso e que, felizmente, há espaço para todos desde que trabalhemos e nos concentremos em crescer e evoluir, em vez de tentar maldizer a concorrência e ficar a roer de inveja. E se a inveja aparecer, que sirva de introspecção e de motivação para ajudar a perceber qual o melhor caminho a seguir para nós.
A inveja, o ódio e a raiva são daqueles sentimentos que nos magoam mais a nós próprios quando o sentimos do que à pessoa a qual se dirige. Tiram-nos a paz de espírito, revelam-nos inseguranças e ocupam-nos o coração com pessoas que muitas das vezes não nos são nada. Prefiro preocupar-me com quem amo, com quem aprendo e quem faz de mim uma pessoa melhor e mais feliz. Já basta a minha felicidade variar consoante a das minhas pessoas, quanto mais outras que me são distantes.

Neste dia português do Médico Veterinário desejo todo o sucesso aos mais recentes membros da classe e aos mais velhos. Qualquer que seja a vossa área ou especialidade, espero que continuem a evoluir e a fazer da nossa profissão um orgulho cada vez maior. Muito amor para todos!


Catarina, a estudante

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Malluca pela Mallu

Lembro-me da primeira vez que ouvi o nome "Mallu Magalhães". Devia ter uns 15 ou 16 anos e estava na praia a ler. Uma amiga da minha mãe estava a ler uma revista e perguntou-me "Catarina, tu que és toda das redes sociais, vê se conheces esta cantora que ficou famosa no MySpace." Olhei para a notícia mas não a conhecia, de facto. Até porque a única rede social que utilizava era o Hi5 e só me limitava a comentar as fotos das minhas amigas e a stalkar qualquer que fosse o rapaz de quem gostava na altura. *oh god why* Lembro-me que fiquei impressionada. Uma rapariga da minha idade que era tão apaixonada por música que não esperou ser contactada por uma editora e foi com o seu dinheiro gravar os seus originais a um estúdio e partilhar na internet.
Porém, nunca ouvi uma música sua. Anos mais tarde, ao ouvir um álbum do David Fonseca encontrei-a na minha faixa favorita do "Seasons: Rising" cantando o dueto "Monday, Tuesday, Wednesday, Thursday". Mais uma vez, não fui pesquisar mais nada dela.
 Tudo mudou Junho passado, quando a SofiaBBeauty mencionou a música nova "Você Não Presta" da Mallu. Vi o videoclip e o amor foi imediato. Sambei ao som da batida enquanto cozinhava ou lavava loiça e o meu vício foi tanto que passei a ouvir as suas músicas mais populares no Spotify.
Entrei entusiasmada na onda e mesmo a tempo de receber o seu álbum mais recente "Vem". Não me canso de ouvi-lo. É tão boa onda, tão amoroso, tão "dançável" e "cantável". Não façam como eu e dêem uma oportunidade imediata às músicas dela. Acho que é altamente improvável ficarem indiferentes e quase certo apaixonarem-se por ela.
 Deixo aqui algumas das minhas favoritas:




Se tudo correr bem, daqui a menos de um mês vou poder vê-la ao vivo!

Já conheciam a Mallu? Ficaram curiosos?

Com amor,
Catarina

domingo, 24 de setembro de 2017

Aaaaaah!

Foi o gritinho mental que dei quando vi que a Mariiana publicou a sessão fotográfica que fizemos juntas, tal fã histérica.
Parece que este dia foi há imenso tempo, mas só se passaram uns meses. É tão bom poder ser fotografada por alguém cujas fotos te deixam sempre maravilhada ao aparecerem no teu feed. Ela diz que eu sou paciente, mas eu na verdade fico sempre fascinada por este olhar de fotógrafa que ela tem diferente dos comuns mortais como eu. Eu vejo uma paisagem, mas ela vê cores, sombras, luz e já sabe na sua cabeça de que ângulo e como vai fotografar. E depois voilà! Sai uma foto de uma maneira ainda mais bonita de ver o mundo.


O post da Mariana aqui.
Espreitem também a sua conta e a dos seus cães no Instagram, é tudo adorável!

Com amor,
Catarina

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Por um Mundo melhor - Beleza Cruelty-Free*

Graças às aulas de Tecnologia Alimentar do curso, eu sabia que existiam imensas indústrias que utilizavam subprodutos da indústria da carne. Algumas mais óbvias como a indústria têxtil (peles, couro) e outras mais subtis como a doçaria (gelatina) e cosmética (desde maquilhagem, a pasta de dentes e cremes).
Só mais tarde quando já era vegetariana, percebi que o problema não eram só os ingredientes dos produtos, mas o facto de serem testados em animais. Não que eu nunca tivesse visto as famosas imagens dos coelhinhos presos, a receber químicos nos olhos e pele, mas porque sinceramente achava que já não se fazia. E a verdade é que na maior parte do mundo os produtos de higiene e cosmética não são testados em animais. Na União Europeia é proibido desde 2013, porque já temos meios tecnológicos avançados que permitem fazer todo o tipo de testes e criar novos produtos seguros e eficazes.
Porém, em alguns países como a China (um enorme mercado dado o tamanho da população) os produtos que são comercializados no território nacional têm que ser testados em animais por lei. Ora, enquanto algumas empresas se recusam a levar os seus produtos para lá porque têm de ser submetidos a esses testes desumanos, outras não se importam de pagar aos laboratórios para poderem lucrar naquele mercado. Adicionalmente, os resultados em animais costumam ser díspares dos resultados em humanos, por isso servem também como salvaguarda em caso de problemas.
Desde aí deixei de olhar para as marcas que estavam na minha mesa-de-cabeceira e casa de banho com carinho e passei a lembrar-me de que estava de certa forma a compactuar com empresas que não partilham os mesmos valores que eu.
Com a ajuda do grupo “Don’t Hurt the Bunny PT” comecei a descobrir que havia imensas alternativas às grandes marcas e que não eram nada difíceis de encontrar. Troquei as multinacionais por marcas portuguesas, mais pequenas ou por produtos mais naturais. Conseguem-se marcas que não testam em animais em hiperpermercados, em supermercados biológicos, herbanárias e lojas que se encontram em qualquer centro comercial.
E acho que não se precisa de ser vegetariano para tentar comprar produtos que não testem em animais, assim como não é preciso não comer carne para ser contra as touradas, por exemplo. Cada qual tem a sua consciência e é bom sentir que, com pequenos passos, estamos a contribuir para um mundo melhor. Aos poucos as próprias empresas gananciosas vão percebendo as exigências dos consumidores e fazendo mais pressão para se mudarem as leis.


Deixo aqui alguns links úteis de marcas que testam e não testam assim como produtos que se podem comprar nos nossos hipermercados:

  • Marcas que testam em animais: site da PETA, post da Sofia Martins (blogger portuguesa e criadora do grupo Don't Hurt The Bunny PT)
  • Marcas que não testam em animais: site da PETA, post da Sofia Martins
  • Onde podem encontrar em Portugal: Produtos solares (1 e 2), pastas de dentes (1 e 2), produtos de banho (1), marcas cf portuguesas em supermercados (1)


Espero ter-vos ajudado!

Com amor,
Catarina

P.S. Deixo a salvaguarda que, neste contexto, “cruelty-free” é um produto que não é testado em animais podendo ou não ter ingredientes de origem animal.

sábado, 16 de setembro de 2017

Catarina na Terra do Sol Nascente - Osaka

Partimos de Lisboa, em direcção ao Dubai onde fizemos escala para ter como destino final Osaka. O primeiro voo durou 8 horas, mas estávamos a aproveitar as comodidades de voo de longa distância, com direito a todo um repertório de filmes, séries, documentários e música. Seriam apenas 2 horas no Dubai para seguirmos para o Japão, mas infelizmente decorria um pequeno tufão em Osaka que adiou o nosso voo 12 horas. Nem tudo é mau, porque tivemos direito a uma noite e refeição num hotel perto do aeroporto, mas a verdade é que acabámos por perder metade de um dia no Japão. O segundo voo demorou mais 9 horas e quando aterrámos tínhamos o relógio biológico completamente desnorteado, sendo que teríamos apenas uma hora e meia no hotel antes de iniciar o primeiro dia da tour
Foi no pequeno-almoço que tive o primeiro choque cultural, ao ver arroz, algas, salada e sopas no buffet. Também tinham comida ocidental, mas fiquei realmente admirada ao ver as famílias japonesas a comer assim logo de manhã.
 Após o pequeno-almoço conhecemos a nossa guia, Masami e os restantes excursionistas que fomos conhecendo melhor ao longo dos dias. Não acho que seja necessário marcar com uma agência de viagens uma excursão ao Japão - nós só o fizemos porque foi uma decisão de última hora - mas a verdade é que foi muito cómodo e vimos imensas coisas em pouco tempo.
Osaka é uma grande metrópole, a segunda maior área metropolitana do Japão e tem cerca de 19 milhões de habitantes. O meu pai passou aqui três meses quando fez um intercâmbio na universidade e diz que nota bem diferenças de há 30 anos para cá.
 Começámos por ir visitar o Jardim Flutuante (Umeda Sky Building), um edifício com 173 metros de altura que tem uma óptima vista para a cidade.

Sinceramente, senti-me um pouco "claustrofóbica" com esta vista. Tanto edifício, tanta gente e pouco verde.
Pormenor de uma estrada que atravessa um edifício

 Na cultura japonesa não são "bem-vistos" as demonstrações de afecto públicas entre casais, mas este edifício tem uma varanda para os casais virem pendurar cadeados a selar o seu amor e tirar fotografias mais românticas.


 Ao lado do edifício existe um pequeno parque com hortas e também este jardim vertical, que na primavera se enche de flores.

 Como perdemos a oportunidade de explorar a cidade devido ao atraso do voo, o resto da cidade foi visto através da janela do autocarro, sempre com as explicações da nossa guia, enquanto nos dirigíamos para a paragem seguinte.

Castelo de Osaka




Próxima paragem: Nara.

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Pais "chanfrados"

 Vi um post do Raminhos (que agora não encontro) em que a filha mais velha perguntou à mãe se o pai era chanfrado, à qual a mãe respondeu que sim. Depois a filha acrescentou que a mãe também era chanfrada, mas que na verdade gostava que fossem uma família assim. Não pude deixar de me identificar com a Maria Rita. Também eu tenho pais com uma ponta de maluquice.
Não me chegam os dedos das mãos para contar as vezes em que o meu pai disse alguma piada, demasiado seca ou sem graça para mim e para o meu irmão, e ficou a rir-se imenso tempo com a minha mãe até as lágrimas lhes chegarem aos olhos. Isto enquanto eu e o meu irmão olhamos um para o outro e suspiramos por eles serem assim.
Já a minha mãe, é a rainha de se pôr no meio de uma festa ou da sala a dançar como se ninguém estivesse a ver e a fazer-me implorar-lhe, quando ainda era pequena, para parar. Hoje em dia simplesmente já me habituei.
Quando fomos ao Japão parámos para lanchar num café com vários andares, o “Doutor”. Chegámos ao último andar e eu disse que me parecia ter visto uns lugares no segundo que dariam para nós e fui de escadas com o meu irmão para alcançarmos a mesa depressa, enquanto os meus pais, que tinham os tabuleiros, foram de elevador. Acontece que o elevador servia apenas para sair do edifício. Por isso lá apareceu na rua um casal de estrangeiros com uns tabuleiros que tiveram de passar pela vergonha de atravessar a entrada e o balcão do café e subir as escadas. Demoraram uns 5 minutos a parar de rir para nos responderem por que motivo é que tinham demorado 10 minutos para supostamente descer dois andares.
Os meus pais foram capazes de me ensinar a ser educada, ambiciosa, respeitadora e séria. Mas também me ensinaram a brincar, a ter humor e a rir-me de mim mesma.
Bons pais educam boas pessoas, mas os pais “chanfrados” educam pessoas mais felizes (e cheias de histórias para contar). 

Com amor,
Catarina

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Aprendam com os meus erros #3

Nunca façam o buço à noite. Mesmo com duas fontes de luz, podem acabar com um centímetro quadrado ainda com pelinhos e só reparar no espelho do ginásio na manhã seguinte.
Malditas sombras.

domingo, 10 de setembro de 2017

Cantinho Veterinário - Qual o melhor animal para mim?

É rara a pessoa que não quer ter um animal. Seja por ter tido em pequeno, por ver como são giros e/ou como fazem as pessoas felizes.
Ter um animal devia ser como ter um filho: há que pensar antecipadamente se estão reunidas todas as condições para o ter. Os fatores principais a ter em conta são: o orçamento que podemos investir na sua alimentação, artigos de higiene, cuidados de saúde e acidentes (sejam móveis roídos ou algum problema de saúde inesperado), o tempo disponível para dedicar ao animal, o tipo de habitação que temos e o tipo de vida que levamos. Aqui vai um guia muito básico e informal sobre qual o melhor animal para vocês.
Sobre aves, peixes e répteis não vou falar porque, para além de existirem dezenas de espécies diferentes, têm cuidados muito específicos e a minha experiência com estes animais é quase nula.

Roedores
Há quem os ache repulsivos e há quem os ache fofinhos. Para os ter em casa convém estar na segunda categoria.
Orçamento: Comem menos quantidade que um cão ou gato e a vantagem, por exemplo, dos coelhos e dos porquinhos-da-índia é que têm uma alimentação à base de feno e vegetais, produtos normalmente baratos. No entanto, nem todos os centros veterinários têm o equipamento necessário para atender estes animais por isso pode ser necessário encontrar um médico veterinário de especialidade em animais exóticos. Apenas os coelhos têm vacinas necessárias dar (mixomatose e febre viral hemorrágica).
Espaço: Dependendo do tamanho do animal, não costumam ocupar muito espaço, pois passam a maior parte do tempo no seu espaço engaiolado. Podem deixá-los um bocadinho à solta enquanto estiverem em casa, num espaço fácil de limpar, como uma marquise ou uma varanda fechada.
Tempo: Quanto mais tempo lhes dedicarem, melhor será a vossa relação. Estes animais também podem aprender truques a troco de comida e festinhas, basta ter paciência. Porém, se tiverem mais companheiros de gaiola a necessidade de interação social por parte das pessoas será menor. (Atenção, cuidado com juntar coelhos do mesmo sexo porque podem lutar e magoar-se seriamente; se optarem por um casal de roedores aconselho a mantê-los separados até a castração de um deles porque são animais que se reproduzem muito rapidamente).
Tipo de vida: Se são pessoas que passam poucas horas por dia em casa, que têm preguiça de sair ou não querem ter muito trabalho e despesa esta pode ser uma opção para vocês.

Gatos
Porque não há vergonha nenhuma em ser uma crazy cat lady.
Orçamento: Estes animais fofinhos têm na extremidade das patinhas uns acessórios muito poderosos para destruir mobília. Lembrem-se disso no vosso orçamento. Em termos de alimentação é relativamente mais barato do que um cão de 30kg, é verdade, mas às vezes os gatos conseguem ser muito picuinhas com a comida. Lembrem-se também que têm de comprar areia para as necessidades deles. Em termos veterinários, convém levarem a primeira vacinação em gatinhos, que depois será repetida anualmente, normalmente. (O vosso veterinário logo dirá quais as vacinas necessárias no seu caso).
Espaço: Se vivem numa zona movimentada em termos de carros, por favor, fechem as janelas e as portas das varandas. Um gato paraquedista não é piada. Muitas vezes pode não ser a queda o principal problema, mas ao cair pode assustar-se e perder-se ou provocar algum acidente e magoar-se (e a outros). Amigos meus perguntam-me se é preciso que haja acesso ao exterior para um gato ser feliz. Os gatos podem viver perfeitamente felizes num apartamento, desde que haja algum enriquecimento ambiental como postes para arranhar, comida escondida em vários sítios da casa para "caçarem", esconderijos, etc. (Partilhei convosco um vídeo com dicas aqui).
Tempo: Um gato é uma criatura que gosta de ter atenção e ser mimada. Se forem gulosos também podem treinar alguns truques com ele. Se não, divirtam-se a brincar com eles que eles adoram.
Tipo de vida: Passam no máximo 12h fora de casa por dia e gostam de passar a maior parte do vosso tempo livre no ninho. Gostam do amor e desprezo ao mesmo tempo (dos gatos!). Pessoas friorentas  fãs de ter uma bolinha de pelo quente aos pés da cama.

Cães
Se são felizes a passear, comer e a deixar de ter espaço pessoal.
Orçamento: Diria que, dentro dos “pets” mais comuns, é dos animais mais caros para se ter. Para além de serem maiores, são os únicos que por lei têm de ser vacinados - contra a Raiva- , identificados com microchip e registados na Junta de Freguesia. Em termos de comida, depende do porte, mas preparem-se para gastar um saco de ração por mês. Contem também com alguns estragos, principalmente se os adotarem em cachorros. Não aconselho a alimentação baseada nos “restos”, mas podem ter uma alimentação mais caseira do que apenas ração - perguntem ao vosso Médico Veterinário qual o melhor para o vosso cão. Também é aconselhável irem a uma escola de cães, nem que seja apenas em cachorros para cães e donos aprenderem a comunicar melhor (Espero falar mais sobre este tópico em breve).
Espaço: Mais uma vez depende do porte. Um cão de 5 ou 6kg adapta-se bem a passar a maior parte do dia num apartamento, mas cães maiores e mais ativos serão mais felizes se tiverem um espaço maior para estar como um jardim ou quintal.
Tempo: A meu ver, é dos animais que requer mais tempo. Um cão feliz precisa de atenção do dono, de brincar, de passear e conhecer novos cheiros e socializar com outros cães. Se vivem num apartamento, devem ter em atenção que o cão deve ser passeado 3 vezes por dia para fazer as suas necessidades. Se tiverem um espaço para urinar e defecar, um passeio por dia é ótimo para o animal fazer exercício e estimular a sua mente. Também são aconselhados treinos curtos diários de ordens e truques para manter a função cognitiva do cão on point e se divertirem os dois.
Tipo de vida: Alguém que passa menos de 10h por dia fora de casa e adora passear, especialmente pela natureza. Quem não se importa de ter a roupa cheia de pelo e de estar constantemente a vigiar a comida que está em cima do balcão. Quem tem muito amor para dar, a toda a hora.


Espero ter-vos ajudado, qualquer dúvida digam nos comentários ou enviem por email.
Desejo-vos uma óptima semana!

Com amor,
Catarina