quinta-feira, 31 de maio de 2018

Jardins Zoológicos

Esta semana, para além da vitória do "contra" na despenalização da eutanásia, houve também outra notícia que causou grande debate e discussão nas redes sociais: a morte de uma girafa no Jardim Zoológico de Lisboa (notícia aqui).
Os factos são estes: as instalações das girafas no Jardim Zoológico têm um fosso que separa os animais dos visitantes. É proibido dar comida a animais no zoo. Um visitante foi apanhado em flagrante a aliciar a girafa com comida. Ao se aproximar do homem, a girafa desequilibrou-se e teve uma queda fatal no fosso. 
Acho que não é preciso ser-se o Poirot para perceber de quem é a culpa. Existem regras por alguma razão e ao quebrá-las existem consequências.
No entanto, várias foram as pessoas que vi a dizer que o verdadeiro culpado era o Jardim Zoológico, por colocar fossos nas instalações dos animais.
Posso maçar-vos com um pouco de história dos Jardins Zoológicos da minha cadeira de "História Natural e de Medicina Veterinária"?
Antigamente, há uns séculos atrás, as famílias ricas gostavam de ter jardins bonitos e decorados ao redor das suas mansões. Começaram por apresentar as espécies botânicas mais bonitas e exóticas, depois começaram a aprimorar a arquitectura do espaço e, por fim, começaram a introduzir espécies animais também para "decoração". Entretanto, começaram a abrir estes jardins ao público tanto para se exibirem, como para ganhar algum dinheiro de bilheteira.
Se foram ao Jardim Zoológico de Lisboa nos anos 90, como eu, lembram-se que alguns dos animais estavam em espaços com paredes de arquitectura marroquina ou com inspirações portuguesas ou orientais. Também me lembro perfeitamente da ala dos felinos, onde os animais estavam em espaços do tamanho de um quarto, com grades a pouca distância de nós para os podermos ver bem.
Felizmente, as mentalidades mudaram e a pressão para melhorar o bem-estar animal também. Os jardins zoológicos passaram a usar paisagens bem mais similares às do habitat natural dos animais e a deixar os gradeamentos e o chão de cimento de lado. O ambiente estéril foi substituído por um ambiente enriquecido com esconderijos e actividades que promovem comportamentos naturais, a distância aos seres humanos barulhentos foi aumentada e as grades que permitiam a separação entre visitantes e animais foram substituídas por elementos naturais dos quais o animal não se aproximaria na natureza como cursos de água ou declives.
O objetivo dos zoos deixou de ser uma "montra" de animais, passando a ser um sítio que mantém animais que estão em programas de reprodução mundiais para se inserirem indivíduos de volta no seu habitat natural ou, se este estiver em risco, para manter a espécie mesmo que em cativeiro. São várias as espécies que se extinguiram na natureza, por destruição humana do seu habitat, e de momento existem apenas em centros de reprodução ou jardins zoológicos.
Se todos os jardins zoológicos são bons? Não, de todo. Visitei sítios cujos animais apresentavam comportamentos típicos de stress por enclausuramento, cujos limites das instalações tinham arame farpado ou até falta de meios para combater uma temperatura desfavorável aquele animal de outro clima. A meu ver, se não conseguem manter os animais em boas condições, não os deviam ter em primeiro lugar.
No mundo ideal não existiriam Jardins Zoológicos. Ou então existiriam apenas aqueles - usando as palavras de uma colega minha - "Zoos dos Deficientes" onde só se encontram animais que têm alguma condição física que não permitiria a sua sobrevivência na natureza.
Não existiriam Jardins Zoológicos porque a única premissa que me faz defender os zoos é que trabalham para deixarem de existir. Trabalham para conseguir manter a diversidade genética das espécies, reintroduzi-las no seu habitat natural enquanto ao mesmo tempo educam as actuais e futuras gerações para agirem de maneira a este futuro ideal acontecer. 
Não me lembro da primeira vez que vi um elefante na televisão, mas lembro-me perfeitamente da primeira vez que vi um ao vivo, ao colo do meu avô. E percebi logo que aquele gigante cinzento era tão ou mais inocente que eu. Pode ser que daqui a umas décadas só seja possível encontrar um animal indo ao seu habitat natural. Mas até lá, gostava que todos os pequenos humanos olhassem para os animais, vissem um igual, e se sintam na obrigação, tal como eu, de os proteger.


Com amor,
Catarina

terça-feira, 29 de maio de 2018

Uma Peça de Roupa (Desafio 1+3)

Este tema daria pano para mangas (desculpem, não resisti à piada fácil). 
Poderia falar de uma peça antiga, herdada, usada numa ocasião especial ou até oferecida por alguém que amo, mas quando li o email da Carolina pensei instataneamente numa peça que adquiri há três ou quatro anos atrás: um singelo crop top às riscas. Não porque seja a peça mais gira do meu armário, mas porque requer que eu sossegue e cale as minhas inseguranças quando o visto.
Nunca tive excesso de peso, mas a barriga é uma parte do meu corpo da qual nunca fui fã nem me senti muito confortável em mostrar. Só na praia e mesmo assim, quando estou com amigos ou pessoas não tão próximas, prefiro usar fato-de-banho. Para além de não ser lisa e não ter abdominais para mostrar, é uma zona onde se nota aquela linha de pelinhos, sabem? Tenho o cabelo escuro e, consequentemente, esses pelinhos também se vêm demasiado bem. Não tenho barriga de modelo e sabia-o.
Quando comprei este crop top era para utilizar apenas com saias e calças de cintura subida. Porém, um dia decidi deixar-me de larélias e aproveitar o sol para mostrar o umbigo ao mundo. E adivinhem: nada de mal aconteceu.
Sinto-me melhor agora a mostrar a barriga com 25 anos e 54 quilos do que aos 18 anos quando pesava 48. Nunca foi uma questão estética, eram só os monstros que estavam na minha cabeça.
Se gostam, usem. Quem se incomodar tem provavelmente também os mesmos monstros a dar-lhe inseguranças, por isso ataquem-nos com o vosso melhor sorriso e afastem-se bamboleando o vosso lindo corpo.


Para mais informações sobre este desafio vejam este post.

Com amor,
Catarina

(Publicação no âmbito do desafio 1+3, criado pela Carolina)

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Desafio 1+3

Por mim, as iniciativas que promovam a interação entre blogs nunca são demais. Mas quando essas mesmas iniciativas visam desafiar os vários bloggers a reflectir e ser criativos para promover o auto-conhecimento e a inspiração então tem tudo para dar certo.
O Desafio 1+3 partiu da Carolina do blog "Thirteen" e os temas serão surpresa. É bastante flexível na medida em que não têm que fazer uma publicação de cada vez que é lançado um tema. O texto que escrevem sobre o mesmo pode não vos fazer sentido colocar público, ou pode ser apenas um tema que não vos diz nada e não serem prejudicados por isto.
Para mais informações podem enviar-me um email para catarinadecaraba@gmail.com ou contactar directamente a Carolina.
Aceitam o meu (nosso) convite?



Com amor,
Catarina

sábado, 26 de maio de 2018

De volta

Já não me lembro da última vez que tinha passado tanto tempo sem publicar aqui. Porém, foi (maioritariamente) por boas razões.
Tenho neste momento duas primas a viver em Nova Iorque e a mais velha estava sempre a pedir-me para as ir visitar, que ia ser giro. Como os prazos de entrega e defesa da tese não eram fixos, fomos adiando esta visita. E ainda bem, porque assim pude usufruir desta viagem como uma prenda de aniversário e final de curso.
Tinha planeado escrever pelo menos uma ou duas publicações no fim-de-semana antes de ir para não deixar o blog ao abandono, mas a morte da minha bisavó apanhou-nos desprevenidos e mudámos todos os planos. Sim, estou bem. De certa maneira já me tinha despedido da minha querida bisavó há alguns anos, quando ela deixou de me reconhecer e sorrir quando me via.
Quanto à viagem, foi inesquecível, com direito a abraços às minhas primas lindas, visitas a espaços que só com a companhia de locais descobriríamos e mostrar ao Didi os meus pedaços preferidos de Nova Iorque, já que para ele foi uma estreia. 
Espero contar-vos tudo em breve.


Com amor,
Catarina

domingo, 13 de maio de 2018

It's my B-Day!

Que os 25 sejam o sinónimo de crescimento, aprendizagem, felicidade e muita diversão!

Tenham uma óptima semana!

Com amor,
Catarina

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Catarina na Terra do Sol Nascente - Hakone

Estamos quase a chegar ao final da viagem. Desta vez, apresento-vos a cidade que foi o nosso último dormitório antes de chegarmos a Tóquio: Hakone.
Hakone é conhecido por ser uma das regiões com uma das mais belas vistas para o monte Fuji (sobre isso falarei mais para o fim), mas oferece-nos também uma das mais antigas cidades famosas pelas suas termas, com uma paisagem só por si relaxante num vale entre montanhas ricas em cedros e o rio.

terça-feira, 8 de maio de 2018

Sou Médica Veterinária!


Sou Médica Veterinária.
Por muitas vezes que o diga ou escreva parece que ainda não caí em mim. Sou médica veterinária.
Tive a minha Defesa de Tese na sexta-feira de manhã, com a minha família e amigos próximos na sala. Estava muito nervosa e todos os ensaios que tinha feito da apresentação tinham ficado aquém do que pretendia, mas quando apresentei para o júri a voz saiu-me clara e consegui dizer tudo o que queria.
Tive muita sorte com a arguente. Prolongou-se um pouquinho no tempo, mas foi bastante tranquila e simpática enquanto foi-me pedindo para explicar melhor determinada parte ou enquanto sugeria coisas que, na óptica dela, tornariam a minha dissertação ainda melhor.
Tive um belo 17, que me soube a 20 porque estava à espera do 16. Espero também que a minha tese sirva para ajudar em trabalhos e estudo de outros colegas e futuros colegas veterinários.
Se tudo correr bem, amanhã irei entregar a dissertação definitiva, tendo em conta as sugestões da arguente, e tratar de toda a papelada (e pagamentos) para poder inscrever-me na Ordem dos Médicos Veterinários. Acho que só aí me parecerá real.
Por acaso, ou não, hoje estava cá em casa a neta da minha empregada (Dona "O") e a avó dela contou-me que ela lhe tinha dito que também queria ser "médica dos animais". Sorri e disse-lhe que achava muito bem, que com estudo tudo se conseguia. Acrescentei que ainda tinha muito tempo para decidir, e que eu só tinha escolhido o curso quase à última hora. A Dona O. disse que na verdade, quando ela tinha vindo cá para casa tomar conta de nós, eu já dizia que queria ser médica veterinária. Não tinha mesmo nada essa ideia, até me lembro de as minhas carreiras rondarem entre cabeleireira, professora ou pasteleira.
Engraçado não é? Como, pelos vistos, há 15 anos atrás era eu que estava a dizer aquela senhora que queria ser médica veterinária. Era aquela miúda envergonhada, ainda com tanto para aprender e viver.
E agora aqui estou eu.
Após anos e anos a estudar, a aprender, a viver, a sonhar, a cair, a subir, a evoluir cá estou eu.
Sou uma mulher e sou veterinária.


sábado, 5 de maio de 2018

Animais da Blogosfera - Belka

A convidada para a rúbrica "Animais da Blogosfera" do mês de Maio, o meu preferido do ano, é também ela a autora de um dos meus blogs preferidos: o Bobby Pins. A Inês é licenciada em Ciências da Nutrição, apaixonada pelo Espaço e tem uma das contas de Instagram mais bonita e delicada que sigo. Hoje vamos falar da sua melhor amiga de quatro patas e focinho sardento: a Belka .


quinta-feira, 3 de maio de 2018

Threading de sobrancelhas - A minha experiência

Já há vários anos que oiço falar da técnica de fazer a depilação, nomeadamente as sobrancelhas, com fio. Parece que na cultura oriental é uma técnica utilizada há imenso tempo, mas cá em Portugal ainda estamos muito habituadas à clássica pinça ou cera.
A curiosidade sobrepôs-se ao receio e, há uns meses atrás, fui experimentar pela primeira vez.
Fui à conhecida Wink (no Leiria Shopping), marcando previamente por telefone.
Atendeu-me uma menina muito simpática, que me foi descrevendo o que ia fazer, perguntava-me como eu queria o desenho da sobrancelha e fazia também sugestões.
Quanto à experiência em si: Não é menos dolorosa do que cera, até porque ambas consistem em arrancar os pelos, mas é menos aborrecida do que utilizando pinça, para mim. É mais demorada (cerca de 20 minutos) e temos que fazer caretas ou esticar a nossa pele com as mãos para se conseguir fazer bem a técnica.
Então porque é que eu já repeti a experiência mais duas vezes? Porque as sobrancelhas ficam mesmo muito bonitas, adoro o resultado final e não queima como a cera.
Acho que acima de tudo, é preciso terem sorte com a profissional que vos calha, tal como quando fazem a cera/pinça. Em Leiria já fiz com duas profissionais diferentes e gostei sempre do resultado e do cuidado.
Paguei 16,50€ por cada visita (sobrancelhas + buço) e à 10ª visita ganharei um vale para um threading de sobrancelhas grátis. Segundo o site, fazer apenas as sobrancelhas será 10,50€ por visita.
Continuo a ir à minha esteticista regular quando preciso de depilar também outras partes do corpo, mas fiquei fã.

Já experimentaram esta técnica? Gostaram ou nem por isso?

Com amor,
Catarina

terça-feira, 1 de maio de 2018

Cantinho Veterinário - Como poupar nos custos dos animais

Os nossos companheiros de quatro patas dão-nos imensas coisas impagáveis como amor, carinho, gargalhadas e até um melhor sistema imunitário. Porém, quem os tem sabe que também são uma fonte de despesa, tornando-se essencial equacionar os custos quando se pensa em trazer um patudo à nossa família.
No entanto, existem algumas maneiras de controlar um pouco a mossa na carteira, sem deixar que isso afecte a nossa relação com eles.
Fonte